AÇÃO INDIVIDUAL
O Real foi criado em 1º. de julho de 1994. Isso significa que pessoas com 20 anos (ou menos) não conheceram o país cuja inflação chegou a mais de 900%. Eles não conheceram os 21 anos de ditadura, tortura, prisões ilegais e censura.
O país de hoje, claro, nem sempre foi assim e, por sua recente história republicana (duas ditaduras no século XX), não existe garantia alguma no sentido de que não haja uma mudança radical no futuro.
O Brasil depende (e sempre dependeu) do mercado internacional. A crise de 2008 afetou tanto os países ricos como as nações pobres. A partir deste ano houve uma maior concentração de renda, aumentou bastante o desemprego e o discurso da “austeridade” foi adotado por inúmeros governos, especialmente na Europa.
Os resultados deste quadro foram mais demissões, reduções de salários, cortes em aposentadorias e desvalorização do conhecimento (fazer uma boa faculdade) como meio de ascensão social e melhoria de vida. Em outras palavras, com o avanço da tecnologia, as empresas, na prática, não precisavam mais de tantos funcionários. Várias profissões desapareceram. Muitas famílias consideradas de classe média foram morar na rua.
Seria “a lei do mercado”, justificariam alguns os privilégios de um número bastante reduzido de pessoas que ganha com o que acontece na realidade atual.
Com a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, a luta coletiva parece ter perdido o sentido.
O futuro da ação individual (de quem não faz parte dos 10% da elite) é, no médio prazo, o desemprego ou a falência, e com eles os aspectos negativos que todos fingem que só acontecem com os outros: o divórcio, a perda do imóvel financiado (do carro e assim por diante), o aumento da criminalidade, o alcoolismo, a violência, a frustração, a insegurança, a desilusão e o niilismo.
O pior é que como foi uma escolha individual (do tipo dane-se o outro), quando essa “onda de aspectos negativos” desaba sobre a pessoa, obviamente, ela tende a acreditar que a culpa seria toda dela.
Não dá para acreditar que as lideranças políticas (principalmente as governistas) – que também são responsáveis pelo agravamento da situação – serão a solução da crise. PT e PSDB fazem parte do mesmo jogo que reforça o cenário neoliberal atual (que, mais uma vez, só interessa aos tais 10% da população).
profelipe © 02-07-2014
O Real foi criado em 1º. de julho de 1994. Isso significa que pessoas com 20 anos (ou menos) não conheceram o país cuja inflação chegou a mais de 900%. Eles não conheceram os 21 anos de ditadura, tortura, prisões ilegais e censura.
O país de hoje, claro, nem sempre foi assim e, por sua recente história republicana (duas ditaduras no século XX), não existe garantia alguma no sentido de que não haja uma mudança radical no futuro.
O Brasil depende (e sempre dependeu) do mercado internacional. A crise de 2008 afetou tanto os países ricos como as nações pobres. A partir deste ano houve uma maior concentração de renda, aumentou bastante o desemprego e o discurso da “austeridade” foi adotado por inúmeros governos, especialmente na Europa.
Os resultados deste quadro foram mais demissões, reduções de salários, cortes em aposentadorias e desvalorização do conhecimento (fazer uma boa faculdade) como meio de ascensão social e melhoria de vida. Em outras palavras, com o avanço da tecnologia, as empresas, na prática, não precisavam mais de tantos funcionários. Várias profissões desapareceram. Muitas famílias consideradas de classe média foram morar na rua.
Seria “a lei do mercado”, justificariam alguns os privilégios de um número bastante reduzido de pessoas que ganha com o que acontece na realidade atual.
Com a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, a luta coletiva parece ter perdido o sentido.
O futuro da ação individual (de quem não faz parte dos 10% da elite) é, no médio prazo, o desemprego ou a falência, e com eles os aspectos negativos que todos fingem que só acontecem com os outros: o divórcio, a perda do imóvel financiado (do carro e assim por diante), o aumento da criminalidade, o alcoolismo, a violência, a frustração, a insegurança, a desilusão e o niilismo.
O pior é que como foi uma escolha individual (do tipo dane-se o outro), quando essa “onda de aspectos negativos” desaba sobre a pessoa, obviamente, ela tende a acreditar que a culpa seria toda dela.
Não dá para acreditar que as lideranças políticas (principalmente as governistas) – que também são responsáveis pelo agravamento da situação – serão a solução da crise. PT e PSDB fazem parte do mesmo jogo que reforça o cenário neoliberal atual (que, mais uma vez, só interessa aos tais 10% da população).
profelipe © 02-07-2014