TRABALHO
O que levaria um indivíduo ao excesso de trabalho?
Inconscientemente, seria uma fuga de si. Trata-se de uma boa maneira para fugir dos reais problemas que deveriam ser enfrentados. Conscientemente, o objetivo seria ganhar mais dinheiro e, assim, comprar muitas coisas.
Vivemos numa sociedade capitalista. O consumismo, porém, apresenta algumas contradições. 1) A maioria não possui tempo de usufruir os bens pois passaria a maior parte do tempo na empresa. 2) Qual seria a meta do acúmulo de riquezas materiais? Alguns dizem: a pessoa pensa no futuro. Mesmo? Qual é o futuro final de todo indivíduo? A morte, claro. O que essas riquezas ajudariam neste momento (ou depois dele, se é que existe algo)?
Atualmente, vivemos numa época de cinismo. Os indivíduos não acreditam mais nas ideologias religiosas, econômicas ou políticas. Trata-se de um momento perigoso, na medida em abre espaço para os regimes totalitários. Outro problema seria o saudosismo de uma época que nunca existiu: alguns hippies, na década de 1960, tentaram criar comunidades autônomas, isoladas, como forma de negar a sociedade industrial. Seria possível negar todo o desenvolvimento tecnológico? Não.
Uma coisa que move as pessoas é o medo. Antes, no período da guerra fria, a maioria temia um conflito nuclear, o que levaria ao fim da humanidade. Não aconteceu. Hoje, um indivíduo não acredita em nada e não tem um medo geral que o motivasse no sentido de solidariedade e de se fazer algo. O que sobra? O medo de si. Ou, como diria Heidegger, resta o medo de refletir sobre o próprio ser. Assim, o cotidiano torna-se uma fuga, o que seria secundário passa a ser encarado como fundamental e inventamos "a falta de tempo", mesmo considerando que vivemos numa sociedade tecnológica que não precisaria de tantas horas de trabalho feitas por cada indivíduo.
Aqui entra a importância de parecer que se está ocupado. Ficar sério diante de um computador costumava ser um truque interessante para aqueles que, na empresa, fingiam que trabalhavam. Alguém ainda acredita nisso? São feitas reuniões e seminários para motivar a equipe. Funcionam? Pelo menos, nesses momentos, os indivíduos não estão trabalhando, apesar de estarem trancados dentro da empresa, vendendo sua força de trabalho, sem poder passear num parque, ir ao cinema ou fazer algo efetivamente prazeroso.
Com o capitalismo, foi inventada a sociedade do trabalho. Se até o século XIX, os indivíduos realmente trabalhavam, inclusive, em condições precárias, depois do século XX, o trabalho manual perdeu seu espaço. Atualmente, esse conceito de trabalho existe só do ponto de vista ideológico. Por insegurança ou por escolhas pessoais, não como há negar que muitas pessoas se apegam a esta ideia para viver o seu cotidiano e não ter tempo de pensar.
O que levaria um indivíduo ao excesso de trabalho?
Inconscientemente, seria uma fuga de si. Trata-se de uma boa maneira para fugir dos reais problemas que deveriam ser enfrentados. Conscientemente, o objetivo seria ganhar mais dinheiro e, assim, comprar muitas coisas.
Vivemos numa sociedade capitalista. O consumismo, porém, apresenta algumas contradições. 1) A maioria não possui tempo de usufruir os bens pois passaria a maior parte do tempo na empresa. 2) Qual seria a meta do acúmulo de riquezas materiais? Alguns dizem: a pessoa pensa no futuro. Mesmo? Qual é o futuro final de todo indivíduo? A morte, claro. O que essas riquezas ajudariam neste momento (ou depois dele, se é que existe algo)?
Atualmente, vivemos numa época de cinismo. Os indivíduos não acreditam mais nas ideologias religiosas, econômicas ou políticas. Trata-se de um momento perigoso, na medida em abre espaço para os regimes totalitários. Outro problema seria o saudosismo de uma época que nunca existiu: alguns hippies, na década de 1960, tentaram criar comunidades autônomas, isoladas, como forma de negar a sociedade industrial. Seria possível negar todo o desenvolvimento tecnológico? Não.
Uma coisa que move as pessoas é o medo. Antes, no período da guerra fria, a maioria temia um conflito nuclear, o que levaria ao fim da humanidade. Não aconteceu. Hoje, um indivíduo não acredita em nada e não tem um medo geral que o motivasse no sentido de solidariedade e de se fazer algo. O que sobra? O medo de si. Ou, como diria Heidegger, resta o medo de refletir sobre o próprio ser. Assim, o cotidiano torna-se uma fuga, o que seria secundário passa a ser encarado como fundamental e inventamos "a falta de tempo", mesmo considerando que vivemos numa sociedade tecnológica que não precisaria de tantas horas de trabalho feitas por cada indivíduo.
Aqui entra a importância de parecer que se está ocupado. Ficar sério diante de um computador costumava ser um truque interessante para aqueles que, na empresa, fingiam que trabalhavam. Alguém ainda acredita nisso? São feitas reuniões e seminários para motivar a equipe. Funcionam? Pelo menos, nesses momentos, os indivíduos não estão trabalhando, apesar de estarem trancados dentro da empresa, vendendo sua força de trabalho, sem poder passear num parque, ir ao cinema ou fazer algo efetivamente prazeroso.
Com o capitalismo, foi inventada a sociedade do trabalho. Se até o século XIX, os indivíduos realmente trabalhavam, inclusive, em condições precárias, depois do século XX, o trabalho manual perdeu seu espaço. Atualmente, esse conceito de trabalho existe só do ponto de vista ideológico. Por insegurança ou por escolhas pessoais, não como há negar que muitas pessoas se apegam a esta ideia para viver o seu cotidiano e não ter tempo de pensar.