Quanto aos primeiros programas de Dilma e de Aécio...
Dilma seguiu poucas linhas discursivas:
. a que gastou menos tempo seria a mais importante: a comparação entre as gestões do PT e do PSDB na presidência da República;
. Dilma enfatizou muito o tal de “governo novo, ideias novas”...
O mal estar criado por essa estratégia foi visível:
se ela ficou quatro anos no governo porque não implantou as ideias que agora desejar colocar em prática se for reeleita...
pegou mal,
ficou parecendo uma “carta na manga” do tipo “se eu não ganhar, vocês perderão”...
. Dilma falou que não faria ataques pessoais ao Aécio (deveria ser claro, afinal, o debate seria político);
em seguida, porém, gastou muito tempo falando mal dos seus adversários políticos - tentando colocá-los como “elitistas”;
isso, aliás, é verdade, o PSDB está associado ao modelo neoliberal (hoje hegemônico no mundo);
essa, no entanto, foi uma estratégia política arriscada,
bastaria lembrar o que aconteceu em 1982, de acordo com a análise da petista Marilena Chaui no livro Conformismo e Resistência (p. 160)
“A primeira série de propaganda eleitoral do PT em São Paulo, na televisão, foi um fracasso (e chegou mesmo a pesar bastante na derrota eleitoral do partido).
(...) O ‘slogan’ da ‘boca de urna’ foi ‘trabalhador vota em trabalhador’, o que valeu ao PT a etiqueta pejorativa de ‘partido obreirista’.”
Quanto ao primeiro programa de Aécio, por causa dos dez minutos (provavelmente), a ênfase foi também focar em poucas três linhas discursivas:
. falou mal da gestão de Dilma (não citou estrategicamente o Lula para não mexer com “o mito”);
. focou mais na imagem da “mudança” (parte do pressuposto do alto índice de rejeição ao PT atualmente) e
da “união” (com os apoios dos candidatos derrotados no primeiro turno)...
esse segundo ponto sempre foi utilizado pelas lideranças tradicionais mineiras que tentavam apresentar a centralidade (até geográfica!!) do Estado como símbolo de “unidade nacional”;
. outro ponto que Aécio destacou foi a estratégia tão utilizada pelos petistas: o culto de personalidade...
gastou tempo demais falando da importância do avô Tancredo Neves, querendo, assim, criar (ou reforçar) o seu próprio mito.
No final, em resumo, ficou a impressão que nada do que apareceu na televisão parecia espontâneo ou verdadeiro. Isso vale tanto para os programas eleitorais dos dois candidatos como também pela “edição” do principal telejornal brasileiro.
© profelipe ™ 09-10-2014
Dilma seguiu poucas linhas discursivas:
. a que gastou menos tempo seria a mais importante: a comparação entre as gestões do PT e do PSDB na presidência da República;
. Dilma enfatizou muito o tal de “governo novo, ideias novas”...
O mal estar criado por essa estratégia foi visível:
se ela ficou quatro anos no governo porque não implantou as ideias que agora desejar colocar em prática se for reeleita...
pegou mal,
ficou parecendo uma “carta na manga” do tipo “se eu não ganhar, vocês perderão”...
. Dilma falou que não faria ataques pessoais ao Aécio (deveria ser claro, afinal, o debate seria político);
em seguida, porém, gastou muito tempo falando mal dos seus adversários políticos - tentando colocá-los como “elitistas”;
isso, aliás, é verdade, o PSDB está associado ao modelo neoliberal (hoje hegemônico no mundo);
essa, no entanto, foi uma estratégia política arriscada,
bastaria lembrar o que aconteceu em 1982, de acordo com a análise da petista Marilena Chaui no livro Conformismo e Resistência (p. 160)
“A primeira série de propaganda eleitoral do PT em São Paulo, na televisão, foi um fracasso (e chegou mesmo a pesar bastante na derrota eleitoral do partido).
(...) O ‘slogan’ da ‘boca de urna’ foi ‘trabalhador vota em trabalhador’, o que valeu ao PT a etiqueta pejorativa de ‘partido obreirista’.”
Quanto ao primeiro programa de Aécio, por causa dos dez minutos (provavelmente), a ênfase foi também focar em poucas três linhas discursivas:
. falou mal da gestão de Dilma (não citou estrategicamente o Lula para não mexer com “o mito”);
. focou mais na imagem da “mudança” (parte do pressuposto do alto índice de rejeição ao PT atualmente) e
da “união” (com os apoios dos candidatos derrotados no primeiro turno)...
esse segundo ponto sempre foi utilizado pelas lideranças tradicionais mineiras que tentavam apresentar a centralidade (até geográfica!!) do Estado como símbolo de “unidade nacional”;
. outro ponto que Aécio destacou foi a estratégia tão utilizada pelos petistas: o culto de personalidade...
gastou tempo demais falando da importância do avô Tancredo Neves, querendo, assim, criar (ou reforçar) o seu próprio mito.
No final, em resumo, ficou a impressão que nada do que apareceu na televisão parecia espontâneo ou verdadeiro. Isso vale tanto para os programas eleitorais dos dois candidatos como também pela “edição” do principal telejornal brasileiro.
© profelipe ™ 09-10-2014