O PT E A ELITE BRASILEIRA
Os onze anos do PT no poder foram uma jogada de mestre... da elite brasileira!! Defino elite, aqui, como aqueles 10% da população brasileira que ficam com quase a metade da renda nacional.
O mundo capitalista nunca mudou em sua essência em qualquer lugar. Trata-se, de um lado, da acumulação de riqueza material por parte de uma elite e, de outro, uma maioria que é enganada, manipulada e explorada. Era assim e é assim. Brasil, Estados Unidos, os países da Europa...
Existem, no máximo, algumas “maquiagens” para aparentar mudanças, mas, no essencial, tudo permanece o mesmo.
Por exemplo, houve uma época que a elite brasileira apoiou a ditadura militar porque acreditava que com a repressão explícita garantiria os seus interesses.
Os tempos “mudaram”. Redemocratização. “Nova” República. Entretanto, no final da ditadura, surgira um partido político que passou a incomodar e era difícil de controlar: o Partido dos Trabalhadores (PT).
Getúlio Vargas, na sua época, por exemplo, havia conseguido enganar até o Partido Comunista. Mas o PT – falo aqui do partido político e não dos militantes especificamente – aparecia como algo realmente novo e ético.
O PT foi contra Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra a Constituição de 1988, contra o Plano Real...
Talvez o maior problema fosse que o PT representasse a esperança de algo diferente e melhor para a maioria da população brasileira.
Isso era perigoso: pessoas que acreditam em algo podem mudar a história.
Os partidos tradicionais (como novos nomes ou não) nunca significaram problema e sempre foram cooptados facilmente pela elite (com o PSDB do FHC não seria diferente).
O PT, no entanto, ainda representava um perigo, afinal, era contra tudo e levava as pessoas para as ruas, apoiava a invasão de terras em nome da reforma agrária, e se dizia socialista. Era um problema. Tratava-se principalmente de um risco: e se o PT fizesse mesmo o que prometia?
A jogada começou aqui: a “carta” foi “inverter” o jogo, ou seja, deixar o PT chegar e sobretudo ficar no poder.
O esperado aconteceu: os militantes mostraram-se mais “humanos” – alguns queriam ficar ricos?! – e menos éticos. Veio o “mensalão” e a velha “esperança de algo diferente e melhor para a maioria” simplesmente desapareceu. Golpe de mestre contra a população.
Não ficou só nisso. Quem mais mobilizava as pessoas tanto nas cidades como no campo, de uma hora para outra, passou a estar no poder. Em outras palavras, transformaram o incendiário em bombeiro!!!
Onze anos no poder... Essa segunda estratégia funcionou bem durante muito tempo. Mas eis que em junho de 2013, sem o PT e os seus aliados, as pessoas ocupam as ruas das cidades brasileiras para protestar contra os gastos da Copa do Mundo e reivindicar educação, saúde e segurança.
Os governantes do PT e do PSDB trataram tudo, inicialmente, como um caso de polícia. Era só reprimir e pronto. Não deu certo.
O resultado foi o oposto do esperado: mais pessoas foram para as ruas protestar. Como elas poderiam fazer isso sem as lideranças dos partidos políticos e as lideranças sindicais (cooptadas pelo governo do PT que estava no poder como uma estratégia da elite brasileira)?
Algo novo acontecia e assustava. Na perspectiva da jogada da elite, o interessante foi perceber que o PT se sentiu responsável por tudo que a população reclamava!
Foi uma manobra fantástica porque o PT assumiu a culpa de uma exploração que era feita pela elite que continuaria com concentração da metade da renda nacional nas suas mãos (os tais 10% mais ricos). Os “mensaleiros” do PT ficaram com “migalhas” e ainda foram presos!!
Essa é a Copa do Mundo do sonho... mas não do PT e sim da elite brasileira - porque quem mais poderia criar problema agora tornou-se bombeiro, luta pela ordem e se sente responsável se algo sair errado.
Neste quadro, do ponto de vista dos interesses da elite, pouca importa quem ganhará as próximas eleições. Todos os candidatos, só de serem candidatos neste jogo, já aceitaram o modelo e as regras básicas do funcionamento do capitalismo brasileiro. Ou seja, existe, de um lado, uma minoria com a maior parte do capital do país e, de outro lado, existe a maioria, brigando entre si, uma parte achando que engana a outra, acreditando que é superior a outra, enquanto no essencial, no que diz respeito à divisão da riqueza material produzida por todos, tudo permanece do mesmo jeito.
Em suma, Karl Marx tinha razão.
Os onze anos do PT no poder foram uma jogada de mestre... da elite brasileira!! Defino elite, aqui, como aqueles 10% da população brasileira que ficam com quase a metade da renda nacional.
O mundo capitalista nunca mudou em sua essência em qualquer lugar. Trata-se, de um lado, da acumulação de riqueza material por parte de uma elite e, de outro, uma maioria que é enganada, manipulada e explorada. Era assim e é assim. Brasil, Estados Unidos, os países da Europa...
Existem, no máximo, algumas “maquiagens” para aparentar mudanças, mas, no essencial, tudo permanece o mesmo.
Por exemplo, houve uma época que a elite brasileira apoiou a ditadura militar porque acreditava que com a repressão explícita garantiria os seus interesses.
Os tempos “mudaram”. Redemocratização. “Nova” República. Entretanto, no final da ditadura, surgira um partido político que passou a incomodar e era difícil de controlar: o Partido dos Trabalhadores (PT).
Getúlio Vargas, na sua época, por exemplo, havia conseguido enganar até o Partido Comunista. Mas o PT – falo aqui do partido político e não dos militantes especificamente – aparecia como algo realmente novo e ético.
O PT foi contra Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra a Constituição de 1988, contra o Plano Real...
Talvez o maior problema fosse que o PT representasse a esperança de algo diferente e melhor para a maioria da população brasileira.
Isso era perigoso: pessoas que acreditam em algo podem mudar a história.
Os partidos tradicionais (como novos nomes ou não) nunca significaram problema e sempre foram cooptados facilmente pela elite (com o PSDB do FHC não seria diferente).
O PT, no entanto, ainda representava um perigo, afinal, era contra tudo e levava as pessoas para as ruas, apoiava a invasão de terras em nome da reforma agrária, e se dizia socialista. Era um problema. Tratava-se principalmente de um risco: e se o PT fizesse mesmo o que prometia?
A jogada começou aqui: a “carta” foi “inverter” o jogo, ou seja, deixar o PT chegar e sobretudo ficar no poder.
O esperado aconteceu: os militantes mostraram-se mais “humanos” – alguns queriam ficar ricos?! – e menos éticos. Veio o “mensalão” e a velha “esperança de algo diferente e melhor para a maioria” simplesmente desapareceu. Golpe de mestre contra a população.
Não ficou só nisso. Quem mais mobilizava as pessoas tanto nas cidades como no campo, de uma hora para outra, passou a estar no poder. Em outras palavras, transformaram o incendiário em bombeiro!!!
Onze anos no poder... Essa segunda estratégia funcionou bem durante muito tempo. Mas eis que em junho de 2013, sem o PT e os seus aliados, as pessoas ocupam as ruas das cidades brasileiras para protestar contra os gastos da Copa do Mundo e reivindicar educação, saúde e segurança.
Os governantes do PT e do PSDB trataram tudo, inicialmente, como um caso de polícia. Era só reprimir e pronto. Não deu certo.
O resultado foi o oposto do esperado: mais pessoas foram para as ruas protestar. Como elas poderiam fazer isso sem as lideranças dos partidos políticos e as lideranças sindicais (cooptadas pelo governo do PT que estava no poder como uma estratégia da elite brasileira)?
Algo novo acontecia e assustava. Na perspectiva da jogada da elite, o interessante foi perceber que o PT se sentiu responsável por tudo que a população reclamava!
Foi uma manobra fantástica porque o PT assumiu a culpa de uma exploração que era feita pela elite que continuaria com concentração da metade da renda nacional nas suas mãos (os tais 10% mais ricos). Os “mensaleiros” do PT ficaram com “migalhas” e ainda foram presos!!
Essa é a Copa do Mundo do sonho... mas não do PT e sim da elite brasileira - porque quem mais poderia criar problema agora tornou-se bombeiro, luta pela ordem e se sente responsável se algo sair errado.
Neste quadro, do ponto de vista dos interesses da elite, pouca importa quem ganhará as próximas eleições. Todos os candidatos, só de serem candidatos neste jogo, já aceitaram o modelo e as regras básicas do funcionamento do capitalismo brasileiro. Ou seja, existe, de um lado, uma minoria com a maior parte do capital do país e, de outro lado, existe a maioria, brigando entre si, uma parte achando que engana a outra, acreditando que é superior a outra, enquanto no essencial, no que diz respeito à divisão da riqueza material produzida por todos, tudo permanece do mesmo jeito.
Em suma, Karl Marx tinha razão.