VARGAS E LULA
O processo de industrialização brasileiro foi intensificado a partir da Era Vargas - 1930 e 1945. Foi nesta fase que foram criadas as leis trabalhistas, com o intuito de controlar a classe trabalhadora.
Antes da criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1922, influenciado pela revolução liderada por Lênin na Rússia em 1917, os operários do país eram liderados sobretudo pelos anarquistas. Posteriormente, o PCB leninista conquistou a hegemonia da classe e em seu discurso demonstrava a intenção de fazer uma revolução proletária no Brasil. Na prática, fracassou. Em termos eleitorais, teve sérios problemas, passando grande parte de sua história da ilegalidade.
O presidente Getúlio Vargas criou Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), já no final de sua primeira fase no poder. O PTB foi criado para concorrer com os comunistas, era identificado com o próprio Vargas e seguia uma linha populista. Após o suicídio de Vargas, aquele que havia sido o seu Ministro do Trabalho, João Goulart, tornou-se uma das principais lideranças do partido, ao lado de Leonel Brizola.
Os presidentes eleitos depois do segundo governo Vargas foram de outros partidos: Juscelino Kubitschek do PSD e Jânio Quadros da UDN. Esse último renunciou e seu vice - João Goulart -, numa situação conturbada, assumiu a presidência da República, primeiro numa fase parlamentarista e depois no em um governo presidencialista. Foi derrubado por um golpe militar em 1964. Era o início de uma ditadura que terminaria somente em 1985. Foi nesse contexto que surgiu o Partido dos Trabalhadores (PT) a partir das greves de 1978, nas quais havia o destaque do sindicalista Luís Inácio da Silva, o Lula. Inicialmente. o PT se colocava como alternativa aos tradicionais partidos que representavam os trabalhadores, principalmente o PCB e o PTB. Era um partido socialista e revolucionário, mas que não seguia a orientação de nenhum país comunista. O objetivo era criar um modelo para o Brasil, seguindo a teoria marxista, sem desprezar as experiências das revoluções dos trabalhadores ocorridas depois de 1917.
Com o fim da ditadura, o PT passou a participar das eleições, com um pequena porcentagem de votos. Nas eleições presidenciais, depois de 1989 - elas eram proibidas durante a ditadura militar -, o presidente do partido, Lula, foi candidato derrotado quatro vezes. Na quinta tentativa, venceu e, em seguida, conseguiu a reeleição. Em 2010, ele foi fundamental para a vitória de Dilma Roussef do PT. Antes, Fernando Henrique Cardoso (FHC), do PSDB, também reeleito, não conseguira eleger o seu sucessor.
Na política interna, o presidente Lula foi vitorioso, afinal, saiu do governo com altos índices de popularidade - diferente de FHC e outros presidentes. A sua popularidade talvez fique associada à de Getúlio Vargas. Na política externa, Lula tentou se mostrar como uma grande liderança. Apesar de uma certa repercussão positiva no início, virou motivo de piadas e dúvidas na mídia internacional, em decorrência de suas contradições e pretensões - como querer mediar os conflitos entre o Irã e Israel. Se internamente, o presidente Lula elogiava e procurava respeitar a democracia, as escolhas dos seus aliados internacionais, como Chavez na Venezuela, Castro em Cuba e Mahmoud Ahmadinejad no Irã, eram percebidas com desconfiança. De certa forma, o presidente Vargas, na sua época, fez o contrário: internamente, foi um ditador de 1930 e 1945, mas, externamente, na hora de escolher de que lado ficar na Segunda Guerra Mundial, foi aliado das forças democráticas.
(*) Esse texto foi escrito em 2010.
O processo de industrialização brasileiro foi intensificado a partir da Era Vargas - 1930 e 1945. Foi nesta fase que foram criadas as leis trabalhistas, com o intuito de controlar a classe trabalhadora.
Antes da criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1922, influenciado pela revolução liderada por Lênin na Rússia em 1917, os operários do país eram liderados sobretudo pelos anarquistas. Posteriormente, o PCB leninista conquistou a hegemonia da classe e em seu discurso demonstrava a intenção de fazer uma revolução proletária no Brasil. Na prática, fracassou. Em termos eleitorais, teve sérios problemas, passando grande parte de sua história da ilegalidade.
O presidente Getúlio Vargas criou Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), já no final de sua primeira fase no poder. O PTB foi criado para concorrer com os comunistas, era identificado com o próprio Vargas e seguia uma linha populista. Após o suicídio de Vargas, aquele que havia sido o seu Ministro do Trabalho, João Goulart, tornou-se uma das principais lideranças do partido, ao lado de Leonel Brizola.
Os presidentes eleitos depois do segundo governo Vargas foram de outros partidos: Juscelino Kubitschek do PSD e Jânio Quadros da UDN. Esse último renunciou e seu vice - João Goulart -, numa situação conturbada, assumiu a presidência da República, primeiro numa fase parlamentarista e depois no em um governo presidencialista. Foi derrubado por um golpe militar em 1964. Era o início de uma ditadura que terminaria somente em 1985. Foi nesse contexto que surgiu o Partido dos Trabalhadores (PT) a partir das greves de 1978, nas quais havia o destaque do sindicalista Luís Inácio da Silva, o Lula. Inicialmente. o PT se colocava como alternativa aos tradicionais partidos que representavam os trabalhadores, principalmente o PCB e o PTB. Era um partido socialista e revolucionário, mas que não seguia a orientação de nenhum país comunista. O objetivo era criar um modelo para o Brasil, seguindo a teoria marxista, sem desprezar as experiências das revoluções dos trabalhadores ocorridas depois de 1917.
Com o fim da ditadura, o PT passou a participar das eleições, com um pequena porcentagem de votos. Nas eleições presidenciais, depois de 1989 - elas eram proibidas durante a ditadura militar -, o presidente do partido, Lula, foi candidato derrotado quatro vezes. Na quinta tentativa, venceu e, em seguida, conseguiu a reeleição. Em 2010, ele foi fundamental para a vitória de Dilma Roussef do PT. Antes, Fernando Henrique Cardoso (FHC), do PSDB, também reeleito, não conseguira eleger o seu sucessor.
Na política interna, o presidente Lula foi vitorioso, afinal, saiu do governo com altos índices de popularidade - diferente de FHC e outros presidentes. A sua popularidade talvez fique associada à de Getúlio Vargas. Na política externa, Lula tentou se mostrar como uma grande liderança. Apesar de uma certa repercussão positiva no início, virou motivo de piadas e dúvidas na mídia internacional, em decorrência de suas contradições e pretensões - como querer mediar os conflitos entre o Irã e Israel. Se internamente, o presidente Lula elogiava e procurava respeitar a democracia, as escolhas dos seus aliados internacionais, como Chavez na Venezuela, Castro em Cuba e Mahmoud Ahmadinejad no Irã, eram percebidas com desconfiança. De certa forma, o presidente Vargas, na sua época, fez o contrário: internamente, foi um ditador de 1930 e 1945, mas, externamente, na hora de escolher de que lado ficar na Segunda Guerra Mundial, foi aliado das forças democráticas.
(*) Esse texto foi escrito em 2010.