PSTU
Os líderes do PSTU, nesta semana, apareceram na televisão, em horário nobre, antes do Jornal Nacional, para denunciar as estratégias do Estado brasileiro que estaria a serviço do capitalismo, de suas elites, principalmente as multinacionais, os banqueiros, os grandes industriais e os representantes do agronegócio.
Algo assim, na época da ditadura militar, era o sonho de todo militante de esquerda e o motivo de pânico dos grandes empresários e dos líderes da política no período. Todos imaginavam que se a população descobrisse o que estaria por trás da ideologia do capitalismo, logo existiriam revoltas, o que significaria, em seguida, uma grande revolução. Tanto os representantes da esquerda como da direita acreditavam neste processo.
Pois bem, após a apresentação do PSTU, o que aconteceu? Nada.
A maioria da população sabe que é explorada pelas elites e que o Estado é um agente delas. Os representantes da esquerda perguntariam: mas e a revolução? Os líderes da direita responderiam com outra pergunta: e a queda do Muro de Berlim e a derrota do socialismo no leste europeu (sendo que tudo isso, na visão deles, representaria o fim do comunismo e a vitória do capitalismo)?
Os líderes do PSTU, no programa na televisão, elogiaram ainda o “vem para a rua” de junho de 2013 e conclamaram a população para “a luta” durante a Copa do Mundo que ocorrerá no país.
Não dá para prever o que exatamente acontecerá nas ruas brasileiras em junho e julho deste ano. Parece que as lideranças políticas nacionais já esqueceram o susto de junho de 2013. Isso aparece, por exemplo, no (falso) dilema em debate atualmente: deveria existir uma CPI só da Petrobras ou deveria ser criada uma CPI da Petrobras (do PT) e das corrupções praticadas pelos políticos do PSDB em São Paulo e do PSB em Pernambuco?
Em outras palavras, os líderes do governo e da oposição denunciam e, ao mesmo tempo, assumem que os seus partidos políticos estão, de uma maneira ou de outra, envolvidos em esquemas de corrupção.
E a população diante disto tudo?
2014 e 1964 são dois contextos diferentes da história de um mesmo modo de produção (o capitalismo) no Brasil. Isso deve ser levado em consideração tanto para aqueles que subestimam a inteligência da maioria quanto para os que acham que ela seria uma massa de manobra num projeto revolucionário.
profelipe. 12-04-2014.
Os líderes do PSTU, nesta semana, apareceram na televisão, em horário nobre, antes do Jornal Nacional, para denunciar as estratégias do Estado brasileiro que estaria a serviço do capitalismo, de suas elites, principalmente as multinacionais, os banqueiros, os grandes industriais e os representantes do agronegócio.
Algo assim, na época da ditadura militar, era o sonho de todo militante de esquerda e o motivo de pânico dos grandes empresários e dos líderes da política no período. Todos imaginavam que se a população descobrisse o que estaria por trás da ideologia do capitalismo, logo existiriam revoltas, o que significaria, em seguida, uma grande revolução. Tanto os representantes da esquerda como da direita acreditavam neste processo.
Pois bem, após a apresentação do PSTU, o que aconteceu? Nada.
A maioria da população sabe que é explorada pelas elites e que o Estado é um agente delas. Os representantes da esquerda perguntariam: mas e a revolução? Os líderes da direita responderiam com outra pergunta: e a queda do Muro de Berlim e a derrota do socialismo no leste europeu (sendo que tudo isso, na visão deles, representaria o fim do comunismo e a vitória do capitalismo)?
Os líderes do PSTU, no programa na televisão, elogiaram ainda o “vem para a rua” de junho de 2013 e conclamaram a população para “a luta” durante a Copa do Mundo que ocorrerá no país.
Não dá para prever o que exatamente acontecerá nas ruas brasileiras em junho e julho deste ano. Parece que as lideranças políticas nacionais já esqueceram o susto de junho de 2013. Isso aparece, por exemplo, no (falso) dilema em debate atualmente: deveria existir uma CPI só da Petrobras ou deveria ser criada uma CPI da Petrobras (do PT) e das corrupções praticadas pelos políticos do PSDB em São Paulo e do PSB em Pernambuco?
Em outras palavras, os líderes do governo e da oposição denunciam e, ao mesmo tempo, assumem que os seus partidos políticos estão, de uma maneira ou de outra, envolvidos em esquemas de corrupção.
E a população diante disto tudo?
2014 e 1964 são dois contextos diferentes da história de um mesmo modo de produção (o capitalismo) no Brasil. Isso deve ser levado em consideração tanto para aqueles que subestimam a inteligência da maioria quanto para os que acham que ela seria uma massa de manobra num projeto revolucionário.
profelipe. 12-04-2014.