Governabilidade e Eleições Presidenciais
Marco A. Villa foi meio profético ao escrever em maio deste ano:
"A derrota na eleição presidencial não só vai implodir o bloco político criado no início de 2006, como poderá também levar a um racha no PT. Afinal, o papel de Lula como guia genial sempre esteve ligado às vitórias eleitorais e ao controle do aparelho de Estado. Não tendo nem um, nem outro, sua liderança vai ser questionada. (...) Muitos dos preteridos irão se manifestar, assim como serão recordadas as desastrosas alianças regionais impostas contra a vontade das lideranças locais. E o adeus ao PT também poderá ser o adeus a Lula." *
Com a morte de Eduardo Campos, Marina Silva tornou-se um perigo real para as pretensões petistas, tanto que, de acordo com as últimas pesquisas, ela não só chegaria ao segundo turno das eleições como ainda venceria a candidata do PT.**
No primeiro debate, porém, parece que os estrategistas petistas não tinham percebido ainda o perigo, tanto que
"Dilma centrou suas baterias em Aécio Neves, utilizando reiteradamente dados dos programas sociais de sua gestão e da de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, como o 'Bolsa Família', 'Luz para todos', 'Mais médicos' e 'Minha casa, minha vida'."***
Após a divulgação dos dados da pesquisa, o alvo petista tornou-se a Marina Silva, afinal, o contexto político havia sido alterado.
De fato, não era uma tarefa difícil criticar o "playboy" Aécio Neves. Ter o candidato do PSDB como adversário não seria o sonho SÓ da presidente Dilma... Talvez esse fosse o sonho de todo candidato fora do ninho tucano (mesmo dentro do PSDB, as lideranças não se entendem).
Diante do novo quadro político, aparentemente, os petistas deverão assumir uma cara mais de direita na medida em que o ponto "fraco" da Marina Silva (tão divulgado pela imprensa) seria a sua crítica ao agronegócio.
Será necessário, de fato, escolher: ou aproveita o ponto "fraco" da candidata Marina ou tenta associar o nome de Marina Silva aos grandes capitalistas brasileiros e internacionais - latifundiários, industriais e banqueiros.
Em suma, soa meio "bizarro" (para dizer o mínimo) querer associar o nome da Marina Silva aos grandes capitalistas para defender o governo atual do PT.
A problemática da governabilidade volta ao cenário das eleições presidenciais. Antes o "alarmismo" era: "imagina se o PT ganhar a eleição para presidente da República"... Agora os defensores do PT utilizam o mesmo discurso conservador contra a Marina Silva:
"imagina se a Marina ganhar a eleição para presidente da República"... Irônico. Para dizer o mínimo.
(*) Marco Antonio Villa. Adeus, PT. O Globo. 06/05/2014 http://oglobo.globo.com/opiniao/adeus-pt-12388207#ixzz3Bb2nCEBG
(**) e (***) Clima ameno e foco em Marina marcam primeiro debate na TV. Exame. 26-08-2014. http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/clima-ameno-e-foco-em-marina-marcam-primeiro-debate-na-tv-2
© profelipe ™ 27-08-2014
Marco A. Villa foi meio profético ao escrever em maio deste ano:
"A derrota na eleição presidencial não só vai implodir o bloco político criado no início de 2006, como poderá também levar a um racha no PT. Afinal, o papel de Lula como guia genial sempre esteve ligado às vitórias eleitorais e ao controle do aparelho de Estado. Não tendo nem um, nem outro, sua liderança vai ser questionada. (...) Muitos dos preteridos irão se manifestar, assim como serão recordadas as desastrosas alianças regionais impostas contra a vontade das lideranças locais. E o adeus ao PT também poderá ser o adeus a Lula." *
Com a morte de Eduardo Campos, Marina Silva tornou-se um perigo real para as pretensões petistas, tanto que, de acordo com as últimas pesquisas, ela não só chegaria ao segundo turno das eleições como ainda venceria a candidata do PT.**
No primeiro debate, porém, parece que os estrategistas petistas não tinham percebido ainda o perigo, tanto que
"Dilma centrou suas baterias em Aécio Neves, utilizando reiteradamente dados dos programas sociais de sua gestão e da de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, como o 'Bolsa Família', 'Luz para todos', 'Mais médicos' e 'Minha casa, minha vida'."***
Após a divulgação dos dados da pesquisa, o alvo petista tornou-se a Marina Silva, afinal, o contexto político havia sido alterado.
De fato, não era uma tarefa difícil criticar o "playboy" Aécio Neves. Ter o candidato do PSDB como adversário não seria o sonho SÓ da presidente Dilma... Talvez esse fosse o sonho de todo candidato fora do ninho tucano (mesmo dentro do PSDB, as lideranças não se entendem).
Diante do novo quadro político, aparentemente, os petistas deverão assumir uma cara mais de direita na medida em que o ponto "fraco" da Marina Silva (tão divulgado pela imprensa) seria a sua crítica ao agronegócio.
Será necessário, de fato, escolher: ou aproveita o ponto "fraco" da candidata Marina ou tenta associar o nome de Marina Silva aos grandes capitalistas brasileiros e internacionais - latifundiários, industriais e banqueiros.
Em suma, soa meio "bizarro" (para dizer o mínimo) querer associar o nome da Marina Silva aos grandes capitalistas para defender o governo atual do PT.
A problemática da governabilidade volta ao cenário das eleições presidenciais. Antes o "alarmismo" era: "imagina se o PT ganhar a eleição para presidente da República"... Agora os defensores do PT utilizam o mesmo discurso conservador contra a Marina Silva:
"imagina se a Marina ganhar a eleição para presidente da República"... Irônico. Para dizer o mínimo.
(*) Marco Antonio Villa. Adeus, PT. O Globo. 06/05/2014 http://oglobo.globo.com/opiniao/adeus-pt-12388207#ixzz3Bb2nCEBG
(**) e (***) Clima ameno e foco em Marina marcam primeiro debate na TV. Exame. 26-08-2014. http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/clima-ameno-e-foco-em-marina-marcam-primeiro-debate-na-tv-2
© profelipe ™ 27-08-2014