MÉXICO
O que seria necessário para destruir um país? A resposta, no caso do México, seria: um mandato presidencial – o que demonstraria, indiretamente, as fragilidades das instituições na América Latina.
A administração de Felipe Calderón “provavelmente será lembrada como a fase mais sangrenta da história do México desde a Guerra da Independência de um século atrás.”* Em outras palavras: “[Entre 2006 e 2012], as drogas continuaram a ser comercializadas nos Estados Unidos. Os norte-americanos continuaram a fornecer armas aos mexicanos e a ‘lavar’ o dinheiro do tráfico em seus bancos. Tudo isso permaneceu praticamente inalterado ao longo dos anos.de Calderon no governo. O resultado prático desta política foi uma expansão catastrófica de violência e uma taxa de resolução de crime de quase zero."*
Isso afetou o turismo local, afinal, todos sabem que, no mercado internacional, as pessoas evitam os destinos perigosos:
“Em 2008 e 2012, Hyatt e Sheraton (cadeias hoteleiras internacionais), respectivamente, deixaram Acapulco por causa do clima de insegurança e da falta de conectividade com o exterior.”**
O México, na prática, tornou-se uma terra sem lei, onde qualquer um, desde o mais simples dos cidadãos até a mais alta autoridade, correria o risco de ser assassinado (e entrar para a lista dos “desaparecidos”) ou de perder as suas propriedades:
“Os civis foram ceifados por homens armados e mascarados em festas e funerais. Jornalistas, prefeitos, ativistas de direitos humanos, advogados e comandantes de polícia de cidades pequenas ou grandes cidades foram baleados enquanto estavam em seus carros. Cidadãos comuns, desde proprietários de pequenas empresas até os trabalhadores do petróleo, foram arrancados de casas ou escritórios e nunca mais foram vistos.”*
Não seria exagero afirmar que um verdadeiro clima de guerra civil foi criado no México. O pretexto inicial foi “a guerra contra o tráfico de drogas”. Entretanto, com o governo Felipe Calderón, tudo ficou sem controle. Essa, pelo menos, foi a impressão.
De fato, o México tornou-se “uma área de risco” do ponto de vista dos noticiários internacionais, assim como acontece com a Síria e os países vizinhos à Rússia ou aqueles com conflitos religiosos ou nacionalistas no Oriente Médio, na África ou na Ásia. Neste contexto, o principal vilão ainda seria o Estado Islâmico.
profelipe © 03-06-2015
(*) Daniel Hernandez. Calderon's war on drug cartels: A legacy of blood and tragedy. Los Angeles Times. December 01, 2012. http://articles.latimes.com/2012/dec/01/world/la-fg-wn-mexico-calderon-cartels-20121130
(**)Claudia Alcántara. Hoteleros internacionales abandonan Acapulco. El Financiero. 19.05.2015. http://www.elfinanciero.com.mx/empresas/cadenas-hoteleras-internacionales-dejan-de-construir-en-acapulco.html
O que seria necessário para destruir um país? A resposta, no caso do México, seria: um mandato presidencial – o que demonstraria, indiretamente, as fragilidades das instituições na América Latina.
A administração de Felipe Calderón “provavelmente será lembrada como a fase mais sangrenta da história do México desde a Guerra da Independência de um século atrás.”* Em outras palavras: “[Entre 2006 e 2012], as drogas continuaram a ser comercializadas nos Estados Unidos. Os norte-americanos continuaram a fornecer armas aos mexicanos e a ‘lavar’ o dinheiro do tráfico em seus bancos. Tudo isso permaneceu praticamente inalterado ao longo dos anos.de Calderon no governo. O resultado prático desta política foi uma expansão catastrófica de violência e uma taxa de resolução de crime de quase zero."*
Isso afetou o turismo local, afinal, todos sabem que, no mercado internacional, as pessoas evitam os destinos perigosos:
“Em 2008 e 2012, Hyatt e Sheraton (cadeias hoteleiras internacionais), respectivamente, deixaram Acapulco por causa do clima de insegurança e da falta de conectividade com o exterior.”**
O México, na prática, tornou-se uma terra sem lei, onde qualquer um, desde o mais simples dos cidadãos até a mais alta autoridade, correria o risco de ser assassinado (e entrar para a lista dos “desaparecidos”) ou de perder as suas propriedades:
“Os civis foram ceifados por homens armados e mascarados em festas e funerais. Jornalistas, prefeitos, ativistas de direitos humanos, advogados e comandantes de polícia de cidades pequenas ou grandes cidades foram baleados enquanto estavam em seus carros. Cidadãos comuns, desde proprietários de pequenas empresas até os trabalhadores do petróleo, foram arrancados de casas ou escritórios e nunca mais foram vistos.”*
Não seria exagero afirmar que um verdadeiro clima de guerra civil foi criado no México. O pretexto inicial foi “a guerra contra o tráfico de drogas”. Entretanto, com o governo Felipe Calderón, tudo ficou sem controle. Essa, pelo menos, foi a impressão.
De fato, o México tornou-se “uma área de risco” do ponto de vista dos noticiários internacionais, assim como acontece com a Síria e os países vizinhos à Rússia ou aqueles com conflitos religiosos ou nacionalistas no Oriente Médio, na África ou na Ásia. Neste contexto, o principal vilão ainda seria o Estado Islâmico.
profelipe © 03-06-2015
(*) Daniel Hernandez. Calderon's war on drug cartels: A legacy of blood and tragedy. Los Angeles Times. December 01, 2012. http://articles.latimes.com/2012/dec/01/world/la-fg-wn-mexico-calderon-cartels-20121130
(**)Claudia Alcántara. Hoteleros internacionales abandonan Acapulco. El Financiero. 19.05.2015. http://www.elfinanciero.com.mx/empresas/cadenas-hoteleras-internacionales-dejan-de-construir-en-acapulco.html